No dia 31 de Março de 2014 estarão se completando 50 anos da ditadura
militar brasileira, instaurada em 31/03/1964 e que até hoje tem suas marcas históricas, políticas, econômicas e sociais.
Segundo o Jornalista
Luiz Cláudio Cunha em seu artigo, contabilizando o balanço de 21 anos de uma
ditatura que atuou “sem o povo, apesar do povo, contra o povo”, os crimes
cometidos foram os seguintes:
- 500 mil cidadãos
investigados pelos órgãos de segurança;
- 200 mil detidos
por suspeita de subversão;
- 11 mil acusados
nos inquéritos das Auditorias Militares, cinco mil deles condenados;
- Dez mil
torturados nos porões do DOI-Codi;
- Dez mil
brasileiros exilados;
- 4.862 mandatos
cassados, com suspensão de direitos políticos, de presidentes a vereadores;
- 1.202 sindicatos
sob intervenção;
- Três ministros do
Supremo afastados;
- Congresso
Nacional fechado três vezes;
- Censura prévia;
- 400 mortos pela
repressão, 144 dos quais desaparecidos até hoje.
O artigo apresenta 20 páginas que,
na íntegra, somam mais de 12 mil palavras. Nelas, Cunha cobra dos militares o
mesmo gesto feito pelo jornal O Globo em setembro do ano passado – a histórica
admissão do erro do veículo-âncora das Organizações Globo para o apoio dado ao
golpe militar de 1964 e aos 21 anos subsequentes que fizeram o País imergir no
mais longo período autoritário de sua história. Abaixo uma das fotos mais publicadas sobre as ações atuantes da ditadura militar.
Protesto contra a ditadura no Rio em 1964 (fotografia de Evandro Teixeira).
O momento é propício para cobranças e gestos do gênero. Afinal, 2014 não será apenas o ano da Copa do Mundo no Brasil: em 31 de março (ou 1° de abril, dependendo do intérprete daqueles dias confusos), completam-se 50 anos do golpe; abril também marcará os 30 anos da importantíssima e derrotada campanha das Diretas Já; e, em novembro, se chegará aos 25 anos da primeira eleição direta para a Presidência da República depois das décadas de ditadura.
O jornal O Globo – lembra Cunha – fez
dura oposição ao governo de João Goulart e “já em 1965, no ano seguinte à sua
deposição, inaugurou a rede de televisão que se forjou e se consolidou à sombra
do regime militar que a Rede Globo apoiou com o fervor de fã de auditório”.
(Ele não cita, mas convém lembrar que a esmagadora maioria dos grandes jornais,
incluindo aqueles que mais tarde seriam vistos como opositores do regime, Estadão e Jornal do Brasil,
fez o mesmo em 1964: apoiou a derruba de Jango.)
Em setembro de 2013, O Globo publicou
duas páginas e um editorial em que reconheceu, com solenidade e sem disfarces,
o equívoco do apoio ao golpe militar e à ditadura subsequente. Não
foi a única confissão. O jornal também admitiu que a tíbia cobertura da
campanha das Diretas Já resultou de um erro de avaliação político-jornalístico.
Fonte: http://pensata.ig.com.br/index.php/2014/01/19/por-que-os-militares-nao-admitem-os-crimes-cometidos-pela-ditadura/ acessado em 19/01/2014.
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