domingo, 27 de novembro de 2016

Antônio Jorge de Lima Gomes recebendo o Título de Cidadão Honorário de Teófilo Otoni em 25 novembro de 2016



Discurso de recebimento de Título de Cidadão Honorário de Teófilo Otoni

Data: 25/11/2016

Antônio Jorge de Lima Gomes

Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Teófilo Otoni Vereador Northon Neiva Diamantino, Vereador Raulino Pinheiro da Silva e em seu nome cumprimento os demais Vereadores deste Município, Autoridades Civis e Militares presentes, amigos da Imprensa falada, escrita e televisionada, Meu Pai Armando Gonçalves Gomes, in memorian à minha mãe Agostinha de Lima Silveira, minha grandiosa esposa Maria Elusiene, meu filho Jorge Luiz, à minha filha Priscilla, minha irmã Maria Fernanda e seu marido Jalteir, meu tio Pedro e sua esposa Zélia, e demais familiares, Presidenta da Academia de Letras de Teófilo Otoni Sra. Elisa Augusta De Andrade Farina, Sr. Wilson Colares da Costa Secretário da ALTO, meus confrades e confreiras da Academia de Letras, Presidenta do Instituto Histórico e Geográfico do Mucuri Sra. Íris Soriano e demais membros do IHGM, Sr. Eduardo Amorim um constante incentivador, Sra. Joana Louback pelos caminhares da política, à ex-Prefeita Maria José Houaisen Freire pela confiança, à Comunidade Acadêmica da UFVJM e  das demais instituições de ensino público e privado, Senhoras e Senhores, a todos e todas o meu cordial Boa Noite.
Agradeço primeiramente a Deus por esta conquista e ao Vereador Raulino pela indicação e confiança.
Receber o Título de Cidadão Honorário de Teófilo Otoni é motivo de muita honra e júbilo que me fortalecerá ainda mais nas lutas em favor de uma cidade mais justa e fraterna.
Vim para Teófilo Otoni em 2010, procedente do Rio de Janeiro, para ser professor nas Engenharias do Campus do Mucuri da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
Nasci na cidade de Viseu em Portugal no dia 25 de novembro de 1955 e fui criado numa aldeia chamada Moselos, uma zona rural onde se sobrevivia da agricultura familiar. Vivi minha infância sobre a forte ditadura portuguesa de Salazar. Tempos muito difíceis e que só fui ter luz na minha casa aos 8 anos e televisão aos 10 anos de idade. Em Portugal concluí o antigo Primário.
Cheguei no rio de Janeiro em 1966 e fiz o curso de Admissão e concluí o Ginásio em 1970 na Escola Santa Rita. Ano este marcante pela conquista do tricampeonato de futebol da seleção brasileira. Vivia-se uma forte ditadura e tempo do Ato Institucional número 5. Tempos difíceis, os quais, a sociedade brasileira jamais esquecerá. Era proibido falar, pensar e criar. Todos os rebeldes e críticos eram irracionalmente chamados de comunistas.
Charles Chaplin dizia que “a persistência é o caminho do êxito”. Sempre fui persistente, e aos 15 anos comecei a trabalhar de dia e estudar à noite, e desde então nunca parei. Naquele período fui monitor do Mobral no Alto da Boa Vista na Escola Madalena Sofia com a direção da Irmã Vaz de Souza, aonde existia um movimento para se acabar com o analfabetismo, e também onde cursei meu Ensino Médio, e iniciei meus primeiros passos como educador.
De 1971 a 1974 trabalhei na Silva Areal Mármores e Granitos, serviço que me deu base profissional para a Engenharia. Formei-me em Técnico de Contabilidade em 1973 e na época fiz concurso para as Usinas Nacionais onde permaneci de 1974 a 1987, tendo chegado ao cargo de Gerente de Refinaria em 1982.
Formei-me em Engenharia Civil no ano de 1981 e colei grau no dia 06 de janeiro de 1982. No ano de 1999 concluí a Licenciatura em Matemática na UNISUAM, Licenciatura em Física em 2000 na Sousa Marques.
Concluí a Pós-graduação em Docência Superior em 1996 nas Faculdades Simonse, Gestão Ambiental em 2001 na UERJ.
Em 2003 concluí o Mestrado e em 2009 o Doutorado, ambos em Geofísica, Observatório Nacional, no Rio de Janeiro.
Nunca tive uma vida fácil. Além de Engenheiro me tornei professor e me recordo de uma frase de Winston Churchill que nos propõem “O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder entusiasmo”. Portanto para avançar é preciso acreditar.
Deste modo, leciono desde 1982, ano em que comecei a ensinar à noite na SUSE e na Escola Técnica Atlas, e mais tarde na Charles de Gaulle, Silva e Souza, Unigranrio, Geraldo de Biasi, Gama Filho e atualmente na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM, tendo orientado e formado centenas de alunos por onde passei, muitos destes trabalhando fora do Brasil em todos os cinco continentes.
Como professor já lecionei para todos os segmentos, alfabetização, ensino fundamental, ensino médio, graduação e pós-graduação, e estando atualmente orientando vários alunos em pesquisas de Iniciação Científica, em Extensão e no Mestrado em Tecnologia, Ambiente e Sociedade da UFVJM.
Desde a minha chegada, senti a necessidade de levar o conhecimento da Universidade para a Cidade, propondo que para o desenvolvimento é necessário um o elo entre a formação acadêmica e sua prática social. Precisamos de Engenheiros que não sejam apenas técnicos, sobretudo nas áreas sociais. A engenharia do século XXI não deve ser um meio de replicação de fórmulas, mas deve ter na sua praxis a consciência de que suas funções são buscar soluções em busca do bem estar comum, englobando o meio social, político, técnico, científico e mais do que nunca o ambiental.
Na UFVJM além de professor, ocupei o primeiro cargo de Coordenador pro-tempore da Engenharia Civil e fui o primeiro vice-diretor eleito pela comunidade acadêmica para o período 2011-2015.
Fernando Pessoa nos diz que: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
Acredito também que tudo vale a pena quando temos como alimento o desejo de transformação, e me espelho no mesmo ideal transformador e empreendedor que Teófilo Benedicto Ottoni, encontrou aqui na busca de um novo Eldorado. A sonhada  Philadélfia. A cidade de Teófilo Otoni precisa e deve ser fraterna.
Em Teófilo Otoni já orientei dezenas alunos, escrevi e publiquei artigos e produzi com meus alunos dezenas de resumos científicos, muitos de caráter inédito sobre a região, dentre os quais destacam-se: “Energia Solar: Uma Fonte Alternativa nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri“ (2010); “A importância da Geologia nos projetos de Engenharia e Urbanismo a serem implementados na cidade de Teófilo Otoni” (2011), “Energia solar: uma fonte alternativa nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri” (2011), “Gradiente Geotérmico do Município de Teófilo Otoni no Vale do Mucuri” (2012), “Identificação de área de recarga com vistas à sustentabilidade ambiental com base em medidas geotérmicas em Teófilo Otoni” (2012), “Mapeamento do fluxo geotérmico da cidade de Teófilo Otoni” (2013); “Risco de Explosão de Gás no Aterro Controlado do Município de Teófilo Otoni” (2013); “Identificação das Formações Geológicas do Município de Teófilo Otoni para aplicação em obras de Engenharia“ (2014); “Aspectos hidrológicos e geofísicos como norteadores de políticas públicas florestais e de proteção a biodiversidade na Bacia do Rio Mucur” (2014); “Identificação dos Espaços Territoriais Urbanos para Prevenção de Riscos Geológicos e Ambientais no Município de Teófilo Otoni” (2015) e “Fazendas Solares: Fontes Alternativas de Produção de Energia Elétrica em áreas rurais improdutivas dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri”.
Vários destes trabalhos apontam para a necessidade de um novo modelo de Planejamento Urbano e de Gestão Ambiental para Teófilo Otoni e região, sobretudo pela dependência da água da chuva na região por termos um aquífero fissural com baixa capacidade de armazenamento de água. 
Conrad de Meester nos aponta que: “A esperança é cheia de confiança. É algo maravilhoso e belo, uma lâmpada iluminada em nosso coração. É o motor da vida. É uma luz na direção do futuro”.
Acredito constantemente que Teófilo Otoni é uma cidade Fraterna e tem um grande futuro que depende mais de nós que dos políticos exploratórios. Então, urge a necessidade de um novo Código de Obras Municipal, Código de Posturas, Plano Diretor, Empresa de Obras Municipais e de Transportes, de Secretarias mais eficientes e de maior oportunidade para a juventude.
Que novas medidas conduzam o Município ade Teófilo Otoni a um novo modelo de crescimento econômico e social, incluindo-se os municípios vizinhos e o Vale do Mucuri, o que me levou a participar e buscar atitudes políticas empreendedoras.
Busco ensinar e permitir que os alunos questionem a cidade e a sua região, aplicando os conhecimentos a favor da transformação, do progresso, do desenvolvimento e melhoria de toda a sociedade.
Como Cidadão Honorário Teófilo-otonense, encerro meu agradecimento afirmando que a cidade de Teófilo Otoni é uma pedra preciosa, mas que precisa ser lapidada, diariamente, por toda a sociedade, para que todos possamos nos orgulhar de sermos verdadeiramente fraternais.
Muito Obrigado.

Teófilo Otoni, 25 de Novembro de 2016.
Antônio Jorge de Lima Gomes


Vídeo do discurso disponível no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=u1au5NNLVhI
 
Algumas imagens do evento:

 
Fotos de Arquivo pessoal.

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