sábado, 4 de julho de 2020

Covid-19 afeta mais homens que mulheres


As pesquisas
Segundo os dados do Sistema de Informação de Vigilância da Gripe, no Brasil, o sexo masculino representa 59% das mortes registradas por coronavírus.

Desde o início da pandemia de Covid-19 cientistas ao redor do mundo também começaram a perceber que a infecção tende a afetar homens de forma mais grave que mulheres.

Estudo conduzido por cientistas chineses, publicado no final de abril na revista científica Frontiers in Public Health, concluiu que os homens morrem duas vezes mais por coronavírus do que as mulheres. Outra pesquisa publicada em abril, do Global Health 50/50, um grupo de pesquisadores da University College London focado em saúde e gênero, mostrou que, apesar de homens e mulheres se infectarem na mesma proporção, pacientes do sexo masculino têm de 50% a 80% mais chances de morrerem por coronavírus em todos os países afetados pela pandemia.

Testoterona
No mês de abril de 2020 um estudo alemão publicado na revista científica "Cell" indicou um gene presente nas células que facilita a infecção pelo Sars-CoV-2 (o novo coronavírus), chamado de TMPRSS2. Essa constatação foi importante porque o gene é regulado por hormônios masculinos (os chamados andrógenos).

Várias pesquisas apontam que os hormônios sexuais masculinos, como a testosterona, têm papel central na diferença de mortalidade entre homens e mulheres. (Mulheres também produzem testosterona, mas em menor quantidade).

Por causa disso, cientistas agora testam a hipótese de que tratamentos que inibem hormônios masculinos poderiam ser úteis (porque, com os hormônios inibidos, o gene TMPRSS2 ficaria "menos ativo", tornando a infecção pelo vírus mais difícil). Esse tipo de tratamento já é usado em alguns tipos de câncer de próstata, nos quais o TMPRSS2 também está envolvido.

Em maio, um estudo feito com pacientes italianos com câncer de próstata e infectados pela Covid-19 indicou a possibilidade de que esses tratamentos inibidores dos hormônios masculinos pudessem dar alguma proteção contra o novo coronavírus. Os cientistas, entretanto, sinalizaram que os resultados ainda precisam ser confirmados em estudos maiores e que levem outros fatores em consideração.

A possibilidade de tratamento com um inibidor de hormônios masculinos já está sendo testada na Universidade da Califórnia em Los Angeles, em 200 ex-militares, em um ensaio clínico controlado, segundo a "Science". Os pacientes que recebem a substância têm o nível de testosterona zerado em três dias.
O líder do estudo, o oncologista Matthew Rettig, disse que o efeito é equivalente a "castração cirúrgica", mas é temporário: enquanto no tratamento de câncer de próstata o medicamento é tomado várias vezes, no estudo há apenas uma dose. A expectativa é de que haja resultados em 4 ou 5 meses que mostrem se a mortalidade pela Covid foi reduzida.
Um outro ensaio clínico, na universidade americana Johns Hopkins, testa uma outra substância, que bloqueia os receptores dos hormônios masculinos. O remédio será aplicado em pacientes dentro de 3 dias após receberem o diagnóstico de Covid-19; o grupo será comparado a outro que não vai receber o remédio.
Segundo a "Science", mulheres serão incluídas nesse ensaio porque têm hormônios sexuais masculinos, ainda que em menor quantidade. Além disso, elas produzem estrogênio, que já demonstrou ajudar na recuperação em lesões agudas de pulmão. O remédio testado inibe os hormônios masculinos e estimula a produção de estrogênio.

Foto microscópica mostra célula humana infectada pelo Sars Cov-2 — Foto: NIAID via Nasa.

Estados brasileiros com mais homens afetados




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