Um novo incêndio ocorreu sábado passado
(04/01/2014) na Refinaria Duque de Caxias (REDUC), que paralisou o
processamento de combustíveis na unidade, responsável por 10% da produção
nacional.
Este é o quinto acidente de grande porte que ocorre
em refinarias da PETROBRAS em menos de 40 dias.
A interrupção pode representar uma perda de R$ 500
mil em receitas diárias da Petrobras referentes à produção de derivados.
Para suprir o fornecimento, a companhia também precisará ampliar as importações, comprometendo ainda mais suas finanças.
Para suprir o fornecimento, a companhia também precisará ampliar as importações, comprometendo ainda mais suas finanças.
Os sindicalistas acusam a Petrobrás de operar a
refinaria acima da capacidade com o objetivo de alcançar recordes de produção,
além de cortes nas equipes e nos gastos com manutenção preventiva.
"Em agosto, a carga da unidade passou de 5 mil metros cúbicos por dia para 6 mil, um aumento de 20% quando o recomendado seria de 10%. Foi quando começou uma série de pequenos acidentes.
"Em agosto, a carga da unidade passou de 5 mil metros cúbicos por dia para 6 mil, um aumento de 20% quando o recomendado seria de 10%. Foi quando começou uma série de pequenos acidentes.
Os equipamentos, bombas, compressores, e torres não
suportam a carga", afirmou Simão Zanardi, presidente do Sindpetro de
Caxias. "As máquinas estão explodindo de tanto operar. Os trabalhadores,
estão adoecendo. Eles estão com medo", completa.
Na noite do último sábado, por volta das 18h, foi
diagnosticado o entupimento em uma das torres da unidade e acionada uma bomba
para liberar o fluxo de óleo. Com a pressão, parte do óleo vazou e a bomba
explodiu, explica Zanardi. Ninguém ficou ferido. As chamas chegaram a mais de
20 metros de altura, mas a brigada de incêndio controlou o fogo e isolou a
área. Ao menos seis bombas foram danificadas.
Segundo o sindicalista, após o acidente, a
presidente da Petrobrás, Graça Foster, visitou a unidade acompanhada do diretor
de abastecimento, José Carlos Consenza, para avaliar o impacto da paralisação.
Procurada, a assessoria da empresa não foi localizada para confirmar a
informação. Em nota, a companhia informou que uma comissão foi instalada para
investigar as causas do acidente.
Durante a visita, técnicos da empresa estimaram em
três dias a retomada da produção, o que é contestado pelo Sindpetro. "Os
trabalhadores vão fazer um movimento para não retornar sem condições que
garantam a segurança. A empresa quer recomeçar ativando bombas substitutas,
para não parar a operação durante os reparos. É muito perigoso", afirma.
Se prolongada, a paralisação da unidade pode afetar
a produção de combustíveis, como gasolina e diesel. Não há até o momento
estimativas sobre a queda na produção da companhia. Com a ampliação das
importações de combustíveis e derivados de alto valor agregado, a Petrobrás
começa o ano aprofundando uma crise na gestão financeira que se arrasta desde
2012.
Sem poder praticar os preços internacionais do
petróleo cotados a dólar por determinação do governo federal, como forma de
conter a inflação, a Petrobrás acumula déficits em sua balança comercial.
Especialistas calculam que, em 2013, a empresa teve o pior resultado dos
últimos 13 anos.
Para compensar as perdas, a empresa tem elevado a
utilização das suas refinarias ao máximo, visando ampliar a produção. Outra
medida adotada foi o corte de gastos, com um programa de desinvestimento em
projetos internacionais e otimização de recursos de manutenção e pessoal. Os
sindicalistas afirmam que as reduções têm afetado a segurança e a manutenção
das refinarias.
Adriano Pires, consultor do Centro Brasileiro de
Infra Estrutura (CBIE), a Petrobrás tem uma "política de preços
maluca" e faz uso "irresponsável" das refinarias. " Para
fazer caixa estão rodando as refinarias em nível acima do que deveria,
colocando em risco os trabalhadores e equipamentos", afirma.
Fontes: ANTONIO PITA - Agencia Estado, Folha de São
Paulo/DENISE LUNA DO RIO e http://www.portosenavios.com.br/geral/22446-incendio-em-refinaria-da-petrobras-pode-afetar-producao-de-combustivel?utm_source=newsletter_1300&utm_medium=email&utm_campaign=noticias-do-dia-portos-e-navios-date-d-m-y
acessado em 07/01/2014.
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