O Rio Doce está totalmente morto. São mais de 500 km de um
Rio morto.
A lama de resíduos impede a entrada de luz solar e a
oxigenação da água, além de alterar seu pH, o que sufoca peixes e outros
animais aquáticos. A força da lama ainda arrastou a mata ciliar, que tem função
ecológica de dar proteção ao rio.
As toneladas de lama que vazaram no rompimento das duas
Barragens da empresa Samarco ocorrido no dia 05/11/2015 às 16:20 horas no
Distrito de Bento Rodrigues, pertencente ao Município de Mariana em Minas Gerais,
é o maior desastre ambiental da mineração brasileira e a Samarco é empresa responsável,
fruto da sociedade entre a Vale do Rio Doce e a anglo-australiana BHP Billiton.
Sessenta bilhões de litros de rejeitos de mineração de ferro
–o equivalente a 24 mil piscinas olímpicas– foram despejados ao longo de mais
de 500 km na bacia do rio Doce, a quinta maior do país.
O abastecimento de várias cidades foi suspenso, e cerca de
500 mil pessoas estão com as torneiras secas. Especialistas que conhecem a
região descrevem o cenário como "assustador".
Abaixo apresento fotos e vídeo do Rio Doce totalmente morto
em Governador Valadares.
Vídeo do Rio Morto: acesso Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=ZIfVHGF1CI4
Fotos de arquivo pessoal: Antonio Jorge de Lima Gomes, 19/11/2015.
São mais de 500 km de um Rio morto. Segundo ecólogos, geofísicos
e gestores ambientais, pode levar décadas, ou mesmo séculos, para que os prejuízos
ambientais sejam revertidos.
O rompimento que deixou ao menos sete mortos e 15
desaparecidos, os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo devem se
transformar em desertos de lama.
"Esse resíduo de mineração é infértil porque não tem
matéria orgânica. Nada nasce ali. É como plantar na areia da praia de
Copacabana", diz Maurício Ehrlich, professor de geotecnia da Coppe-UFRJ
(centro de pesquisa em engenharia da Federal do Rio).
"Nada se constrói ali também porque é um material mole,
que não oferece resistência. Vai virar um deserto de lama, que demorará dezenas
de anos para secar", diz. Segundo ele, a reconstituição do solo pode levar
"até centenas de anos, que é a escala geológica para a formação de um novo
solo".
"A perda da biodiversidade pode demorar décadas para
ser reestabelecida. E isso ainda vai depender de programas montados para esse
fim", diz Ricardo Coelho, ecólogo da UFMG. "Existe ainda a possibilidade
de espécies endêmicas [que existem só naquela região] serem extintas."
"Há espécies animais e vegetais ali que podemos
considerar extintas a partir de hoje", diz o biólogo e pesquisador André
Ruschi, diretor de uma das mais antigas instituições de pesquisa ambiental no
país, a Estação de Biologia Marinha Augusto Ruschi.
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151106_minasgerais_perguntas_hb em 20/11/12015.
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