O Ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Fernando
Pimentel, nesta quarta feira (18/09/2013), disse que o Brasil está em um
processo de "rearranjo industrial".
Em audiência na Câmara dos Deputados sobre a
redução da participação da indústria no Produto Interno Bruto (PIB), o Ministro Fernando Pimentel, assegurou que a fatia do setor manufatureiro na economia não caiu nos últimos
anos, mas "está mantida mais ou menos na mesma proporção desde o início
desse século".
Nesta audiência, Pimentel disse ainda que a economia brasileira é aberta.
O "Brasil não é um país protecionista", defendeu, citando que a
tarifa média de imposto de importação está por volta de 12%, sendo considerada
baixa.
A indústria de transformação representa cerca de
13% do PIB, percentual semelhante ao da maioria dos países desenvolvidos,
informou. Segundo ele, a base do setor está passando de empresas intensivas em
mão de obra e de baixo conteúdo tecnológico para uma indústria de capital
intensivo e alta tecnologia.
O rearranjo do setor não é uniforme e não pode ser
confundido com desindustrialização, disse, ao destacar que, durante o processo,
"tem setores da indústria que vão diminuir de tamanho e outros vão
ganhar".
Para Pimentel, eventos conjunturais, como a crise
mundial e a variação do câmbio, podem atrapalhar o rearranjo industrial. Ele
ressaltou ainda que o principal esforço do governo é com a inovação, citando o
exemplo da indústria automotiva que está se recuperando de um período de
declínio com o novo regime, o Inovar-Auto, focado em inovação e aumento da
produtividade.
Além de citar medidas já adotadas para estimular a
economia, Pimentel defendeu a reforma do ICMS e anunciou outras duas novas
ações. Amanhã, será lançado o Programa de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec) Brasil Maior para solucionar os gargalos de qualificação técnica em
setores estratégicos. "A indústria pede um tipo de curso e o Pronatec
oferece aquele curso naquela localização específica, facilitando a contratação
posterior", explicou.
A segunda medida é a revisão da lista de exceções à
Tarifa Externa Comum (Letec) do Mercosul. "O câmbio mudou de patamar. Isso
de alguma forma também nos leva a rever a proteção tarifária que em muitos
casos não é mais necessária", informou o ministro.
Sobre o Mercosul, ele defendeu o bloco e disse
que "os problemas que temos são oriundos da assimetria das
economias". A Argentina, por exemplo, tem o costume de aumentar as
restrições no fim do ano, como os atrasos nas liberações de licenças de
importação de produtos brasileiros, citou. "A gente tem que ter um pouco
de paciência, um pouco de pressão também e entender essa sazonalidade do
comércio com a Argentina".
Fonte: www.portosenavios.com.br/site/noticias-do-dia/geral/23583-brasil-passa-por-rearranjo-industrial-com-enfase-em-tecnologia-diz-pimentel acessado em 19/09/3013.
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