Com a produção praticamente estagnada nos últimos três anos, período
em que o PIB brasileiro cresceu mais de 10%, a empresa está montando
um plano de emergência para tentar recuperar sua eficiência.
A lista de fracassos como o descumprimento das metas de extração,
mostrado em reportagem do Estado (1/7), podem ser acrescentados vários
outros. Anunciados para agradar a governadores e políticos das regiões
que seriam beneficiadas, os planos de construção do complexo
petroquímico do Rio (Comperj) e das refinarias do Maranhão, do Ceará e
de Pernambuco renderam ao ex-presidente a oportunidade de lançar pedras
fundamentais e aparecer como grande realizador de obras, mas nada
renderam para a população.
Passados vários anos da exploração política da necessidade de ampliar
a capacidade de refino da Petrobrás, pouca coisa avançou. As refinarias
do Maranhão e do Ceará mal saíram do papel. A Comperj é um imenso
canteiro de obras que não têm prazo de conclusão.
A Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, foi anunciada como resultado
da sociedade entre a Petrobrás e a venezuelana PDVSA, de acordo com os
delírios terceiro-mundistas e bolivarianos do ex-presidente. Mas até
agora o presuntivo sócio venezuelano não aplicou nenhum tostão nessa
obra que está muito atrasada (deveria ter sido inaugurada em 2011, mas
só ficará pronta em 2014) e que deveria custar US$ 4 bilhões, mas
exigirá US$ 17 bilhões.
A Petrobrás perdeu eficiência e não ampliou sua produção nem sua
capacidade de refino. Ela tem sido obrigada a importar cada vez mais
combustíveis para abastecer o mercado doméstico. A reação imediata dos
investidores diante do quadro real da empresa apresentado por sua
presidente, no cargo há apenas cinco meses, não poderia ser outra senão a
decepção e a desconfiança.
A estagnação de sua produção, que a está forçando a adotar um plano
de emergência, é apenas uma das faces das múltiplas consequências da
gestão imposta à empresa de 2003 até o início deste ano. Buscam-se
explicações técnicas para a situação a que ela chegou. Atribuiu-se à
queda da eficiência operacional na Bacia de Campos - a principal do País
e responsável por até 85% do petróleo consumido internamente - o
problema hoje enfrentado pela Petrobrás. Na semana passada, sua
presidente se referiu a essa questão ao expor o Plano de Negócios da
empresa para os próximos cinco anos. "É preciso que aumentemos
urgentemente a eficiência operacional da Bacia de Campos", disse Graça
Fortes.
A ação tornou-se urgente porque nada foi feito desde que surgiram os
sinais de que a produção de óleo e gás de grandes áreas produtoras da
Bacia de Campos, como o Campo de Marlim, vinha diminuindo, com o aumento
da proporção de água no volume de hidrocarbonetos extraídos. Para
enfrentar o problema, a empresa anunciou a adoção do Programa de Aumento
de Eficiência Operacional (Proef), voltado especificamente para a Bacia
de Campos.
Ao declínio da taxa de recuperação de óleo e gás, normal em campos
maduros, é muito provável que tenha se somado a perda de eficiência -
que agora, sob os olhos ainda desconfiados dos investidores, sua direção
anuncia que pretende recuperar - decorrente do uso político da empresa.
Fonte: http://www.geofisicabrasil.com e o Estado de S. Paulo em 09/07/2012
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