quinta-feira, 24 de março de 2016

PETROBRAS contabilizou em 2015 dívida líquida de R$ 391,9 bilhões

A Petrobras fechou 2015 com dívida líquida de R$ 391,9 bilhões, inferior aos R$ 402,3 bilhões de setembro. Medido como proporção do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), o endividamento ficou em 5,31 vezes em dezembro, pouco acima do índice de 5,24 vezes do fim do terceiro trimestre. Ao todo, a empresa registrou caixa livre de R$ 15,6 bilhões no ano passado, contra os R$ 19,6 bilhões negativos em 2014.

Somando as baixas realizadas em 2014 e 2015, a Petrobras contabilizou perda de quase R$ 100 bilhões no valor de seus ativos, sem contar o desvio de R$ 6,2 bilhões atribuídos a corrupção.

Se em 2014 as maiores perdas foram causadas pelo Abastecimento, no ano passado elas ficaram com a Exploração e Produção. O prejuízo do quatro trimestre de 2015 foi 41% maior que o antigo recorde, de R$ 26,6 bilhões, do quarto trimestre de 2014.

O prejuízo de R$ 36,94 bilhões no quarto trimestre de 2015 é o maior de sua história, refletindo principalmente uma baixa contábil por perda no valor de ativos e investimentos (impairment) de quase R$ 48,3 bilhões feita no período.

Em 2015 o prejuízo ficou em R$ 34,83 bilhões, o que levou o presidente da estatal, Aldemir Bendine, a confirmar a expectativa de que os acionistas ficarão sem dividendos pelo segundo ano consecutivo. Além disso, os funcionários não vão receber a participação nos lucros e resultados (PLR).

A queda do preço do petróleo, que saiu de uma média acima de US$ 76 por barril no quarto trimestre de 2014 para US$ 43 por barril no último trimestre do ano passado, foi o que gerou a necessidade da baixa contábil, segundo afirmou o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. Mas não bastasse isso, uma série de outros fatores não recorrentes jogou o resultado da companhia para baixo, o que levaria a estatal a fechar no vermelho mesmo se não tivesse feito o impairment. A inadimplência dos recebíveis atrasados das subsidiárias da Eletrobras, levou a perdas de R$ 2,51 bilhões no trimestre.

Foram registradas ainda despesas com constituição de provisões para perdas em processos judiciais, de R$ 1,88 bilhões, gastos maiores relacionados com paradas não programadas (R$ 670 milhões) e despesas de R$ 352 milhões com a desativação da refinaria em Okinawa, no Japão.

O presidente da companhia afirmou que, com o resultado, a empresa demonstra transparência em direção ao que ele chamou de processo de "resgate de sua credibilidade". Segundo Bendine, o caminho para levantar recursos e reduzir o endividamento continuar a ser o plano de venda de US$ 14,4 bilhões em ativos neste ano, com a qual ele ainda conta. "A procura por ativos [está] muito forte, há algumas negociações em fase final, mas o objetivo não é vender abaixo do preço", disse

Fonte: Valor Econômico/Por Cláudia Schüffner, André Ramalho, Rodrigo Polito, Camila Maia e Fernando Torres | Do Rio e de São Paulo e https://www.portosenavios.com.br/noticias/portos-e-logistica/33718-exportacao-de-graos-por-conteineres-aumenta-90-em-quatro-anos-em-paranagua?utm_source=newsletter_7784&utm_medium=email&utm_campaign=noticias-do-dia-portos-e-navios-date-d-m-y acessado em 24/02/2016.

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