sábado, 5 de setembro de 2015

Aylan Kurdi a imagem do mundo que nós vivemos

A fotografia da criança síria Aylan Kurdi, aos três anos de idade, sem vida, na praia de Bodrum na Turquia, batida na quarta-feira dia 02/09/2015 é o retrato de uma cultura vil e gananciosa do atual mundo globalizado.

A fotografia foi tirada por uma mulher, a fotojornalista turca Nilüfer Demir (imagino eu,  a dor daquela profissional, que por alguns momentos deve ter permanecido silenciosa e em choro comedido e quem sabe levada às lágrimas) ao ver o corpo do pequeno Aylan Kurdi que jazia na areia. Deve ter vivido um momento em que o lado profissional, com certeza, foi sucumbido pela dor e pela cena chocante de abandono social.
Aylan Kurdi, sem vida, na praia de Bodrum, Turquia no dia 02/09/2015 (foto: Nilüfer Demir).


Mais do que uma crise política e econômica, existe uma forte crise da falta de amor com o próximo. Não praticamos a solidariedade no século XXI. Vive-se a ganância pelo ter e o poder pelo poder, disseminados de forma doentia e fria.

A crise migratória já é observada há mais de 10 anos, conforme documentos e documentários da imprensa local e internacional, que esporadicamente mostra as tragédias que têm ocorrido no Mediterrâneo e os milhares de mortos, principalmente dos migrantes a partir de Bodrum em direção à ilha grega de Kos que se localiza a apenas 5 quilômetros de distância.

A maioria quer ir para a Alemanha, pois tem uma das economias mais estáveis da Europa. E por coisas do destino, devido à segunda guerra, muito fugiram da Alemanha e devido a esses deslocados no ano de 1951, criou-se o Estatuto dos Refugiados, com o objetivo de dar proteção aos migrantes e o impedir os regressos forçados. O Estatuto determina que o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) deve  aplicar e fiscalizar as regras para a proteção dos refugiados.

Todos os Estados que tenham assinado e ratificado a Convenção de 1951 são obrigados a cooperar com as ações do ACNUR, devendo cumprir as normas vigentes e não podem discriminar ninguém, independente de raça, sexo, religião e nação, e ainda, não devendo mandar de volta ao país de origem quem poderá ser alvo de perseguição.

Os efeitos das imagens do menino pelo mundo remetem à busca da solidariedade. Cabe a todos o repensar qual é o mundo nós queremos.

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