A brasileira Anielle Guedes com apenas 22 anos é dona de uma startup
que quer reduzir os custos da construção civil utilizando impressão 3D.
Com certeza traz uma ideia inovadora que vai mudar e alterar a lógica
do mercado da Construção Civil. Pretende utilizar impressoras 3D para construir módulos residenciais e
diminuir déficit habitacional.
Com uma vasta experiência já foi tradutora da Anistia Internacional,
filmou um documentário que foi apresentado na Unesco, discursou duas vezes na
ONU e participou de um curso na Agência Espacial Americana (Nasa).
Desde criança começou a chamar a atenção dos pais. Com 6 anos, lia tudo
o que via pela frente: de bulas de remédio a enciclopédias. Além disso, não se
conformou quando escutou a música My Heart Will Go On, da Céline Dion, por não
aceitar que existiam pessoas que se comunicavam em outro idioma. Resolveu
aprender inglês. Aos 13, com a língua já fluente, passou a colaborar como
voluntária na Anistia Internacional, traduzindo textos.
Entrou nas faculdades de Economia e Física. Trancou as duas, por não
encontrar o que queria.
Em 2014 achou o caminho: durante um curso realizado na Singularity
Universtiy, na Nasa, a jovem entrou em contato com empresas que realizavam
impressão 3D de materiais de construção, o que diminui gastos e corta prazos.
Encantada com a tecnologia, resolveu criar a sua própria startup: a
Urban3D.
O custo de materiais e o tempo da construção de edifícios seriam
extremamente reduzidos. A ideia seria imprimir as moradias em poucas semanas e
por um custo até 80% menor do que é praticado pelas empresas tradicionais,
graças a um maquinário mais barato e um material mais sustentável e acessível.
No Brasil, ela tem o objetivo de construir moradias sociais. “Já
contactamos a prefeitura e o Ministério do Planejamento”, conta. “Tentaremos,
também, fechar parceria com o CDHU.”
O objetivo de Anielle, porém, vai além. “O mundo tem um déficit habitacional de dois bilhões de pessoas. Em 15 anos, esse número vai subir para 4 bilhões. E nós não temos dinheiro para acompanhar esse crescimento”, comenta. “Como posso fazer algo útil para isso?”
O objetivo de Anielle, porém, vai além. “O mundo tem um déficit habitacional de dois bilhões de pessoas. Em 15 anos, esse número vai subir para 4 bilhões. E nós não temos dinheiro para acompanhar esse crescimento”, comenta. “Como posso fazer algo útil para isso?”
Contando com a ajuda de apenas cinco pessoas – entre engenheiros e
funcionários para fechar negócios –, a ideia de Anielle é utilizar impressoras
para criar módulos pré-formatados digitalmente. Essas máquinas, que possuem uma
estrutura imensa, utilizariam um concreto especial para imprimir vigas,
pavimentos, paredes e detalhes da arquitetura das residências. Para isso, a
impressora faria extrusão do concreto, colocando-o camada por camada para fazer
paredes e outras estruturas. Este robô, que já está com o protótipo pronto, só
precisa de financiamento para desenvolver o primeiro produto funcional.
Anielle Guedes (foto: Nilton Fukuda - Estadão)
Apesar dos poucos funcionários, a Urban3D conta com importantes
parceiros para desenvolver materiais e a impressora em questão. Uma empresa
alemã na área de química, por exemplo, está criando um novo produto feito a
base de recicláveis para substituir o concreto. Enquanto isso, empresas na área
de maquinário pesado e de robótica estão desenvolvendo máquinas e tecnologias
para viabilizar a impressão como planejada e realizada em outros locais do
globo.
Fonte: http://blogs.estadao.com.br/link/brasileira-quer-imprimir-moradias/acessado em 31/08/2015.